Nas últimas duas semanas houveram manifestações na Turquia, em Istambul e outras cidades, contra a demolição do parque Gezi para a construção de um centro comercial. A população foi às ruas, e com a repressão policial, grupos de oposição e sindicatos aderiram e a manifestação cresceu muito e mudou de foco, e passou a ser pelo direito de expressão.
Ao mesmo tempo, aqui no Brasil o mesmo fenômeno acontece. O que começou como uma oposição ao aumento da tarifa do transporte público, com a repressão e truculência da polícia se tornou um ato de reivindicação ao direito à livre expressão. Agora mesmo muita gente boa tá lá no Largo da Batata em SP, fazendo-se ouvir. Parece que já são 60 mil pessoas, fora as manifestações em outras cidades do Brasil e do mundo. Tem brasileiros e estrangeiros indo pra rua em Dublin (Irlanda), Berlin (Alemanha), NY e Boston (EUA), e Montreal (Canadá). Eu não posso ir, estou em Campinas em casa com duas crianças, mas faço a minha parte estando on line e divulgando o que eu puder.
Na verdade estou com um misto de vergonha pelo país ter chegado nesse ponto, e orgulho de tanta gente se mobilizando e mostrando que não, não tá bom e o país tem sim que melhorar, não só no transporte público mas em tantas outras coisas.
A situação tá beirando o insustentável, a passagem está custando R$3,00 e querem reajustar para R$3,20, quando o salário mínimo é de R$678,00. E como é lá fora? Custa R$3,55 em Paris (mas com mínimo de R$3942,00), R$2,25 em Nova York (mínimo de R$2715,00) e R$0,50 em Buenos Aires (mínimo de R$1325,00). Fonte aqui.
Os investimentos até são feitos, mas muito, muito aquém do que é necessário. De que adianta uma estação nova e moderna no como essa (Cidade Nova, Rio):
Se na hora de pico em geral ficam assim (Botafogo, Rio):
Tá, a Estação da Luz em São Paulo foi reformulada, com a linha 4, lindo. Mas e como vai ficar na hora do rush?
O que falta é infra estrutura, com uma malha viária que comporte linhas mais completas. Só pra dar um exemplo, dá uma olhada na diferença das malhas de metrô e trem:
São Paulo (População: 11,32 milhões (2011), Área: 1.523 km²)
Londres (População: 8,174 milhões (2011), Área: 1.570 km²)
Esse movimento traz um sopro de esperança de que não, os jovens não estão irremediavelmente alienados, e a população não vai aceitar tudo sem se calar. Agora é acompanhar e esperar que seja um primeiro passo para um país com menos diferenças.
Enquanto isso, trouxe umas imagens das estações de metrô pelo mundo, quem sabe um dia a gente consegue um sistema eficiente e que traga a arte como alento pra rotina de ir e vir de tanta gente todo dia.
estação Burjuman, em Dubai:
Estocolmo, na Suécia (mais fotos maravilhosas aqui):
estação Komsomolskaya, em Moscou:
Los Angeles, onde a prefeitura tem até um Metro Art Department:
estação Olaias, em Lisboa:
estação Restauradores, em Lisboa:
estação Slavyansky Bulvar, em Moscou:
Takoma Metro Art, em Washington DC, EUA:
E os pontos de ônibus não ficam atrás. Este aqui fica em St Georges Terrace, em Perth, Austrlia. Foi decorado para refletir exibição dos WA Princely Treasures (tesouros reais):
Também em Perth (outras imagens aqui):
feito com garrafas recicladas, o Bottlestop Bus Shelter Project, fica em Lexington, Kentucky, EUA, obra do artista Aaron Scales:
E que tal um balanço pra quebrar a chatisse de esperar um busão? Em Moscow (veja reportagem aqui):
Obra do artista Dennis Oppenheim, no Pacific View mall in Ventura, Califórnia, EUA:
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